O assim chamado Ponto "G" seria uma região eroticamente estimulável da vagina. Descrito por Grafenberg em 1950, seria uma pequena área da parede anterior da vagina, responsável por uma intensa sensibilidade à estimulação erótica, portanto, responsável por um intenso orgasmo vaginal. Até a presente data muitas discussões foram geradas a partir desta descrição. Kinsey, um grande pesquisador americano sobre sexualidade, afirmava que as paredes da vagina são insensíveis ao toque. Apesar disto, mais recentemente, outros autores sugerem a existência de uma pequena região na parede anterior da vagina, sensível à estimulação sexual, o que confirmaria a existência do chamado Ponto "G" descrito há quatro décadas por Grafenberg. Para Bancroft, famoso pesquisador inglês da sexualidade, além dos interesses comerciais ligados a uma nova descoberta ligada ao prazer/orgasmo feminino, existem evidências anatomofisiológicas de que algumas mulheres (e mesmo alguns homens) possuem uma sensibilidade erótica localizada, também, na uretra, e que por contiguidade haveria uma estimulação uretral quando o pênis, ou o que seja, tocasse a região de contato entre a uretra e a parede da vagina, gerando uma intensa sensação de prazer. Já Darling, em trabalho de 1990, correlaciona o ponto "G" com a possibilidade da ejaculação feminina (liberação de fluidos, para alguns autores urina, para outros uma secreção fluida parecida com liquido prostático, durante o orgasmo). Esta e outras questões nos levam a refletir sobre o orgasmo feminino. Desde os gregos as discussões sobre o orgasmo feminino e masculino geram interesse médico, filosófico, religioso, e outros. Existem textos clássicos da literatura árabe descrevendo situações, remédios e técnicas para o bom desempenho masculino, no quesito, prazer feminino. Federico Andahazi, psicanalista argentino, ficou famoso este ano com o lançamento de seu livro "O ANATOMISTA", romance histórico onde relata a "descoberta" do clitóris por Mateo Colombo, um anatomista do Renascimento. Neste livro, além da história romanceada, a questão do orgasmo feminino é caracterizada como sendo de importância vital para os homens, pois quem controlasse o "órgão que governa o amor nas mulheres", possuiria o mundo. Estes e outros exemplos parecem justificar a existência de curiosidades sobre o tema em questão. Como já explicitado em parágrafos anteriores, o orgasmo feminino sempre foi alvo de interesse. Todavia,apenas no século passado, a questão abandonou o círculo do místico, ou moral, para virar domínio da ciência, principalmente da ciência médica. Freud afirmava que as mulheres teriam dois tipos de orgasmo, o clitoriano (importante no seu desenvolvimento sexual, mas que se exclusivo, ou permanente, significava imaturidade) e o vaginal (decorrência do primeiro, mas característico de maturidade sexual). Com o passar dos anos inúmeros pesquisadores (Kinsey, Masters & Johnson e outros) evidenciaram que o orgasmo clitoriano é o mais frequente - tanto faz se por manipulação ou penetração - e que sendo de boa qualidade, ou seja, satisfatório, não evidencia nem imaturidade, nem problemas. Já o orgasmo vaginal, além de pouco frequente, depende de fatores ligados ao desenvolvimento psico-sexual da mulher e do relacionamento sexual e afetivo em questão. Ou seja nem todas as mulheres podem ter, e as que têm, não o têm sempre. Após o surgimento do feminismo e da "revolução sexual" dos anos 60, muitos homens sentem-se responsáveis pelo prazer ou orgasmo de suas companheiras, o que gera angústia, ansiedade e até problemas sexuais. Outras vezes são as mulheres que se sentem problemáticas por "só" terem orgasmo clitoriano. Repetindo: o orgasmo clitoriano é o mais comum e, sendo de boa qualidade, não significa problema e sim saúde. Referências Bibliográficas:
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sábado, 23 de janeiro de 2010
O ponto G e o orgasmo feminino
Postado por Anny Carolina | às 09:52 |
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