sábado, 23 de janeiro de 2010

O ponto G e o orgasmo feminino

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O assim chamado Ponto "G" seria uma região eroticamente estimulável da vagina.

Descrito por Grafenberg em 1950, seria uma pequena área da parede anterior da vagina, responsável por uma intensa sensibilidade à estimulação erótica, portanto, responsável por um intenso orgasmo vaginal.

Até a presente data muitas discussões foram geradas a partir desta descrição.

Kinsey, um grande pesquisador americano sobre sexualidade, afirmava que as paredes da vagina são insensíveis ao toque. Apesar disto, mais recentemente, outros autores sugerem a existência de uma pequena região na parede anterior da vagina, sensível à estimulação sexual, o que confirmaria a existência do chamado Ponto "G" descrito há quatro décadas por Grafenberg.

Para Bancroft, famoso pesquisador inglês da sexualidade, além dos interesses comerciais ligados a uma nova descoberta ligada ao prazer/orgasmo feminino, existem evidências anatomofisiológicas de que algumas mulheres (e mesmo alguns homens) possuem uma sensibilidade erótica localizada, também, na uretra, e que por contiguidade haveria uma estimulação uretral quando o pênis, ou o que seja, tocasse a região de contato entre a uretra e a parede da vagina, gerando uma intensa sensação de prazer.

Já Darling, em trabalho de 1990, correlaciona o ponto "G" com a possibilidade da ejaculação feminina (liberação de fluidos, para alguns autores urina, para outros uma secreção fluida parecida com liquido prostático, durante o orgasmo).

Esta e outras questões nos levam a refletir sobre o orgasmo feminino.

Desde os gregos as discussões sobre o orgasmo feminino e masculino geram interesse médico, filosófico, religioso, e outros.

Existem textos clássicos da literatura árabe descrevendo situações, remédios e técnicas para o bom desempenho masculino, no quesito, prazer feminino.

Federico Andahazi, psicanalista argentino, ficou famoso este ano com o lançamento de seu livro "O ANATOMISTA", romance histórico onde relata a "descoberta" do clitóris por Mateo Colombo, um anatomista do Renascimento. Neste livro, além da história romanceada, a questão do orgasmo feminino é caracterizada como sendo de importância vital para os homens, pois quem controlasse o "órgão que governa o amor nas mulheres", possuiria o mundo.

Estes e outros exemplos parecem justificar a existência de curiosidades sobre o tema em questão.

Como já explicitado em parágrafos anteriores, o orgasmo feminino sempre foi alvo de interesse. Todavia,apenas no século passado, a questão abandonou o círculo do místico, ou moral, para virar domínio da ciência, principalmente da ciência médica.

Freud afirmava que as mulheres teriam dois tipos de orgasmo, o clitoriano (importante no seu desenvolvimento sexual, mas que se exclusivo, ou permanente, significava imaturidade) e o vaginal (decorrência do primeiro, mas característico de maturidade sexual).

Com o passar dos anos inúmeros pesquisadores (Kinsey, Masters & Johnson e outros) evidenciaram que o orgasmo clitoriano é o mais frequente - tanto faz se por manipulação ou penetração - e que sendo de boa qualidade, ou seja, satisfatório, não evidencia nem imaturidade, nem problemas.

Já o orgasmo vaginal, além de pouco frequente, depende de fatores ligados ao desenvolvimento psico-sexual da mulher e do relacionamento sexual e afetivo em questão.

Ou seja nem todas as mulheres podem ter, e as que têm, não o têm sempre.

Após o surgimento do feminismo e da "revolução sexual" dos anos 60, muitos homens sentem-se responsáveis pelo prazer ou orgasmo de suas companheiras, o que gera angústia, ansiedade e até problemas sexuais. Outras vezes são as mulheres que se sentem problemáticas por "só" terem orgasmo clitoriano.

Repetindo: o orgasmo clitoriano é o mais comum e, sendo de boa qualidade, não significa problema e sim saúde.

Referências Bibliográficas:

  1. Al-Nafzawi, M., OS CAMPOS PERFUMADOS. São Paulo, Martins Fontes, 1994.
  2. Andahazi, F., O ANATOMISTA. Rio de janeiro, Relume Dumará, 1997.
  3. Ariés, P., Béjin, A., SEXUALIDADES OCIDENTAIS. São Paulo, Brasiliense, 3a ed., 1987.
  4. Bancroft, J., HUMAN SEXUALITY AND ITS PROBLEMS. Edinburgh, Churchill Livingstone, 2nd ed., 1989.
  5. Darling, C. A., et al, FEMALE EJACULATION: PERCEIVED ORIGINS, THE GRAFENBERG SPOT/ AREA, AND SEXUAL RESPONSIVENESS. Archives of Sexual Behavior, v.19, n.1, 29-48, 1990.
  6. Grafenberg, E., THE ROLE OF THE URETHRA IN FEMALE ORGASM. International Journal of Sexology 111: 145-148, 1950.
  7. Kinsey, A. C., et al, SEXUAL BEHAVIOR IN HUMAN FEMALE. Philadelphia, Saunders, 1953.
  8. Masters, W. H., Johnson, V. E., HUMAN SEXUAL RESPONSE. London, Churchill, 1966.
  9. Saadeh, A., Disfunção Sexual Feminina - Conceito, Diagnóstico e Tratamento. In: Abdo, C. H. N. (org), SEXUALIDADE HUMANA E SEUS TRANSTORNOS. São Paulo, Lemos, 1997.

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Anny Carolina

Anny Carolina
Apaixonada por moda e costumes, criei esse blog para expor idéias e dicas. Tenho 19 anos e estou cursando o 3 semestre de adm, pretendo fazer técnico em consultoria de moda e por fim moda. Mais do que um blog, seria um manual diário de sobrevivência OIQ."Com o Look Hoje você poderá tirar todas suas dúvidas de moda, novas dicas,modelitos surpreendentes e arrasadores, sem contar nas melhores dicas sobre sexo, amor, testes e muito mais! As novas tendências e as dúvidas do HOJE você só encontra aqui!"

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